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A coleção do Nello (e algumas memórias da Cacimba)

Nesse fim de férias tive o prazer de ser recebido na casa do amigo Lionello Casagrande, que junto com seu irmão Jaques, foi dono da saudosa Cacimba Discos Raros. Mencionei a Cacimba em outras duas resenhas, uma sobre o relançamento do disco do Orquídea Negra e outra de um achado dos também metaleiros do MX


A loja, que ficou aberta de 1989 até 2001, foi muito mais do que um ponto de compra e venda de vinis em Lages. Tornou-se um verdadeiro centro de cultura, por onde passavam grupos dos mais variados gostos musicais. Muita troca de ideias, garimpo de alto nível e audição de sons incríveis. Sem delimitações, como deve ser. Desde a suave bossa nova até as beiradas mais extremas do metal. 



Durante um bom período eu e meus amigos mais próximos nos concentramos nas primeiras prateleiras, as que ficavam perto da parte de entrada. Ali era a seção da música pesada, praticamente a única que satisfazia nossos ouvidos na época. Mas com o passar do tempo aquele pequeno lugar físico virou uma grande escola. A graça não era mais só encontrar aquele Ozzy ou Slayer que faltava na coleção. O melhor era sentar em uma das caixas de som e absorver o que estava na agulha, ou pedir uma indicação aos professores Casagrande do que ouvir. De fato, uma verdadeira escola, que ampliou consideravelmente nossos horizontes musicais.

Aliás, esse empreendimento comercial da família Casagrande que engrandeceu a cultura da cidade, está relatada em um livro ainda não publicado pelo Jaques. Tomara que esse texto em breve afine melhor nossa memória sobre este pequeno grande lugar, que por aqui fica apenas na foto atual. Não parece que o prédio também sente saudades da loja de discos que um dia abrigou?

Mas voltando ao presente, 16 anos depois do fechamento da loja fiz uma visita na casa do Nello. Lá pude ver e ouvir uma parte do acervo da Cacimba e que hoje faz parte da sua coleção particular. O que posso dizer é que não é brincadeira o que ele tem naquela hipnotizante sala. Praticamente 5000 vinis com a nata do rock, jazz e mpb, mais outros milhares de CDs, um monte de DVDs. Para completar, uma decoração que enche os olhos de qualquer visitante minimamente apreciador da arte musical e tudo que está à ela relacionado. 


Ainda bem que no seu tentador acervo tem umas bolachas negociáveis. Essas da foto foram as que pedi para o amigo deixar guardado. Também recebi uma lista manuscritas de itens que estão nos meus baús, mas que em breve se mudam para a serra catarinense.

Nello, obrigado por abrir as portas dessa sua sala musical para mim e por deixar que eu a mostre um pouquinho para o mundo. Grande abraço.

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